A Participação Política Do Jovem No Brasil Contemporâneo
A partir da leitura dos textos motivadores seguintes e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo na modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema "A Participação Política Do Jovem No Brasil Contemporâneo", apresentando proposta de intervenção, que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.
TEXTO I
É comum ouvir que o Brasil precisa promover ampla renovação política. A premissa sobre a qual se apóia esta meta é a de que convivemos com velhos costumes e métodos, alguns deles datados dos tempos iniciais da colonização. Estamos todos de acordo: mudar é preciso. Ocorre que nenhuma transformação, para obter níveis razoáveis de institucionalização, pode ser realizada da noite para o dia. A mudança política demanda tempo e reflexão. Portanto, para que o processo político brasileiro comece a receber oxigênio, é necessário que plantemos as sementes. E as sementes estão nos jovens. Precisamos olhar com mais atenção para o papel do jovem na sociedade. Para termos idéia de sua importância, basta atentarmos para o fato de que, nas eleições de outubro deste ano, os brasileiros entre 16 e 24 anos formarão um contingente de mais de 5 milhões eleitores.
Infelizmente, esse universo se encontra muito afastado da vida política do país. E as razões são plausíveis. Escândalos, descalabros administrativos, máquinas burocráticas emperradas, partidos sem identificação popular constituem, entre outros, fatores que afastam os jovens do processo político. Na ausência de projeto ético e de uma sinalização comprometida com mudanças, os jovens acabam destinando sua atenção para outras prioridades. É triste verificar que milhares de jovens, levados pela atração dos bens materiais e do consumismo, passaram a ver a política como algo desimportante. Afinal, a política é a arena central da construção do futuro coletivo.
Vemos com muita preocupação essa situação. Os jovens precisam ser motivados. Com bons exemplos, com histórias de decência, com valores e princípios éticos. A conscientização política precisa vir também da Escola, dos mestres, dos pais. Hoje, o país respira política por todos os lados. Os candidatos expõem seus pontos de vista e seus programas. Não existe melhor momento que este para que os jovens possam fazer a sua avaliação e tomar as suas decisões. A mudança pode começar na escolha da representação nas Casas Legislativas. E os candidatos, por sua vez, hão de considerar os jovens em seu repertório, transmitindo idéias e propostas que possam envolver seu interesse.
É fundamental que semeemos o conceito de brasilidade junto ao segmento jovem. A Escola não pode ser apenas território de transmissão de informação. Há de ser, acima de tudo, nicho de formação e desenvolvimento de caráter. Se conseguirmos conferir à Escola o seu papel de agente de transformação social, certamente estaremos forjando a mudança política que o país está a merecer. O jovem é e será o esteio da transformação política brasileira.
Disponível em: https://www2.camara.leg.br/a-camara/presidencia/galeria-presidentes/michel-temer-2009-2010/artigos/o-jovem-e-a-politica
TEXTO II
A juventude é uma categoria social que se formou nas sociedades modernas, associada à escolarização e à industrialização[2]. Os muitos conteúdos e significados que esse momento da vida foi ganhando ao longo do tempo constituem a juventude como uma condição peculiar que se diferencia das demais categorias sociais. Dentre as especificidades dessa etapa do ciclo da vida podemos destacar os novos papéis e posições sociais assumidos pelos jovens, na medida em que ampliam suas relações sociais. Papéis que vão ser atribuídos, mas também construídos, e posições que vão ser disputadas no processo de transição para a vida adulta, marcado potencialmente pela passagem da dependência à autonomia.
Os jovens, como iniciantes, buscam integrar-se numa estrutura social já “definida” – em que o poder e as riquezas (as melhores posições) estão em posse dos adultos. Por isso, não estão “completamente enredados no status quo da ordem social”[3]. Essa tensão entre integração e não integração lhes atribui um potencial de renovação social, impactando a sociedade com o questionamento à sua ordem normativa e incorporando novidades, que marcam um legado geracional. Por outro lado, por essa condição de iniciantes, numa sociedade excludente, eles estão à margem, enfrentando as dificuldades de inserção social e expondo as contradições mais latentes na sociedade, como o desemprego, a desigualdade social e a violência.
O Brasil tem uma população de 51 milhões de pessoas entre 15 e 29 anos, 21% do total. A taxa de homicídio entre a população essa população é de 51.9 mortes por 100 mil habitantes; entre os adultos essa proporção é de 18,1 por 100 mil[4]; apesar do aumento considerável nas últimas duas décadas, apenas 18,7% de jovens entre 18 e 24 anos acessaram o ensino superior, e somente 14% permaneceram matriculados[5]. Considerando a mesma faixa de idade, 25,9% estão desempregados (a taxa geral da população é de 12%)[6]; ainda em relação aos jovens de 18 a 24 anos, 27,4% não trabalham nem estudam (chamados nem nem)[7]. Evidente que esses dados não tratam igualmente as juventudes. São os pobres, os negros e moradores das regiões periféricas ou rurais do país, os mais vulneráveis. “Em cada tempo e lugar, fatores históricos, estruturais e conjunturais determinam as vulnerabilidades e as potencialidades das juventudes”[8].
Disponível em: https://olma.org.br/2017/03/29/juventude-crises-e-lutas-no-mundo-contemporaneo/
TEXTO III
Disponível em: https://olma.org.br/2017/03/29/juventude-crises-e-lutas-no-mundo-contemporaneo/