Ora, Ora

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Contudo a Agatha Edu se mantém essencialmente com a renda gerada por anúncios, desativa aí rapidinho, parça. 😀

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Autorretrato E Motivação Para Ingressar Na Polícia Militar

Banca: Fadesp

2010

Cargo: PM PA - Polícia Militar do Estado do Pará | Oficial - PM

Padrão de Resposta: 30 linhas

AUTOAPRESENTAÇÃO

Até os 11 anos morei em Bragança, no Largo da Estação. Depois mudamos pra Belém onde moro até hoje. Em 64, a ignorância instalada no país desativou a estrada de ferro e destruiu absolutamente tudo, nada sobrou. Tenho paixão por trem, estaçõezinhas, apitos, vagões, mil barulhinhos que povoaram a minha infância. Recentemente experimentei emoções nunca imaginadas, fazendo o percurso Tiradentes — São João del Rey e senti vontade de beijar as mãos do idealizador do Museu do Trem, em São João, onde passeei extasiada, juntando pedaços que eu pensei perdidos nessa loucura de acumular lembranças.

Formada em Letras, meu primeiro trabalho foi com adolescentes numa Escola particular, onde experimentei tudo o que quis e sempre acreditei com relação à Literatura, Cinema, Teatro, Música. Um trabalho arrojado naqueles tempos (74, 75, 76 etc…), trabalho limpo, honesto, equipe mesmo, meu primeiro orgulho profissional.

Adoro escrever (e guardar), amo Cinema e, como adolescente na década de 50, sabia muito mais do que se passava por Beverly Hills através das fofocas de Louella Parsons, do que sobre Círio de Nazaré, Ver-o-Peso, Amazônia, Copacabana (não tínhamos a Belém-Brasília), como assídua leitora de Cinelândia.

Para um regime de concubinato, saí de casa aos 19 anos (bela confusão armada na família), e tivemos quatro filhos homens. O único que desistiu da escola (sacal, segundo ele) foi o único que botou o pé na estrada e, como desportista, procura seus próprios caminhos numa cidade grande. Por que não dedicar a ele este trabalho?

Trabalho para mim tem que ser sinônimo de prazer. Atualmente dou aulas de Literatura Infanto- Juvenil, Curso de Letras, UFPA. Gosto do que faço. Se não gosto não consigo fazer, nem “que a vaca tussa”. Quando li Guimarães Rosa (o Grande Sertão), tive uma crise seriíssima: achei que nem eu (que nada havia publicado) nem ninguém (que já havia publicado) que eu já tinha lido e amado…ninguém sabia de nada… Aos poucos fui me recompondo da emoção.

Vaidades? Tenho, sim. Ser aquariana, cultivar amizades de vinte e não sei quantos anos, respeitar o meu processo e o tempo que cada um precisa para desenvolver o seu. Respeitar a experiência e a inexperiência de quem quer acertar. Saber ouvir, um grande sinal de respeito.

Ter 43 anos e ter amigos de 10, 20, 30, 40, 60…

Revisão, pra mim, é uma palavra com um seriíssimo significado. Anoitecer, madrugada, papo furado, jazz… é comigo mesmo.

Outra vaidade: ter feito na infância e adolescência, uma amizade bonita, simples, despojada, sem cobranças, meio silenciosa, meio lírica (paixão sublimada?), conservada até hoje: meu primo Valdir, para quem quero todo o bem do mundo. Idéias cristalizadas, gente preconceituosa e empertigada… minhas grandes e terríveis dificuldades.

Defeitos? Devo ter aos montes. Daí porque concordo inteiramente com o Antônio Carlos Cesarino (que só conheço através da antologia sobre o sadismo) e que diz o seguinte sobre auto-apresentações:

… a gente apresenta as ilusões que acalenta sobre si mesmo, ou experimenta levar quem lê a interpretar o contrário quando a gente fala mal de si…

E ele é médico psiquiatra. E tem toda razão. É a parte mais difícil.

Prazer, muito prazer.

Maria Lúcia Medeiros

À maneira de Maria Lúcia Medeiros, escreva um texto em que você se apresente, uma espécie de autorretrato. Revele seu jeito de ser, seus gostos, seus sonhos possíveis e impossíveis, suas paixões, satisfações e insatisfações, as razões que levaram você a querer fazer parte da Polícia Militar.

* O texto acima serve apenas para lhe fornecer inspiração, mas NÃO deve ser copiado.