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Combate Às Drogas

Texto I

TEXTO I

O QUE É A GUERRA ÀS DROGAS?

A guerra às drogas consiste em tornar o combate ao narcotráfico uma pauta de segurança nacional permitindo a militarização dessa política. Afinal, segundo o presidente Nixon, as drogas eram o principal inimigo do Estado.

A partir da construção dessa ideia, o uso de medidas excepcionais em nome da defesa do Estado e da sociedade se torna legítimo, de modo que a aplicação dessas medidas pode ser feita tanto em âmbito interno quanto externo.

Este discurso se baseou na divisão do mundo entre os países produtores de ilícitos e os países consumidores. Desse modo, os Estados Unidos, como pertencentes ao grupo de países consumidores, se posicionaram como “vítimas” de grupos ilegais.

Por isso, o uso de qualquer medida excepcional se tornou legítimo, já que os Estados Unidos estariam “apenas se defendendo” de seu maior inimigo.

CARACTERÍSTICAS E CONSEQUÊNCIAS

A política de guerra às drogas se origina de um viés moralista e conservador, que demoniza aquilo que não se compreende. A partir disso surgem as medidas proibicionistas, que quanto mais rígidas, mais exigem fiscalização e, quanto mais fiscalização, mais dinheiro é necessário. No Brasil, por exemplo:

“Os estados de São Paulo e do Rio de Janeiro gastaram, juntos, ao menos 5,2 bilhões de reais para a aplicação da Lei de Drogas em 2017 – o equivalente a 12% de todas as despesas com segurança pública, justiça criminal e prisões nesses dois estados naquele ano. O valor consta no estudo divulgado pelo Centro de Estudos de Segurança e Cidadania (Cesec). A título de comparação, tal quantia seria suficiente para comprar mais de 90 milhões de doses da vacina do Butantan contra a Covid-19 e imunizar 21% da população brasileira”

Renato Sérgio de Lima para Revista Piauí

A guerra às drogas estadunidense levou ao encarceramento em massa, principalmente de negros, latinos, trabalhadores mais pobres e moradores dos subúrbios. Os EUA viram a população carcerária de crimes relacionados às drogas saltar de 50 mil para 500 mil entre as décadas de 1970 e 1990, enquanto o país chegava ao 1º lugar no ranking de consumidores de substâncias psicoativas.

“A criminalização expõe os consumidores de drogas ilegais a riscos para a obtenção e uso das mesmas, através da forçosa relação com o tráfico e da possibilidade de repressão e extorsão pelos agentes de segurança pública.”

Larissa Nadine Rybka, Juliana Luporini do Nascimento, Raquel Souza Lobo Guzzo

“O paradoxo da guerra contra as drogas é que quanto mais os governos pressionam a luta, mais altos os preços das drogas se tornam para compensar o aumento dos riscos. Isso leva a maiores lucros para os traficantes, que fogem da justiça. É por isso que as maiores gangues de drogas geralmente se beneficiam de uma guerra mais dura contra as drogas, especialmente se a guerra tem como alvo principal os traficantes e não as grandes gangues. Além disso, na medida em que uma guerra mais agressiva contra as drogas leva os traficantes a responder com níveis mais elevados de violência e corrupção, um aumento na aplicação da lei pode exacerbar os custos impostos à sociedade”.

Gary Becker e Kevin Murphy

Isto é, a forte repressão beneficiava as gangues do tráfico mais do que a qualquer outro grupo. Por isso, foi também durante essa repressão que nasceram os cartéis colombianos de cocaína.

Ademais, as consequências nos países latino-americanos foram ainda mais duras:

“O México oferece um exemplo bem documentado de alguns dos custos envolvidos na guerra às drogas. Provavelmente mais de 50.000 pessoas morreram desde que a campanha antidrogas do México começou em 2006. […] Esse número de mortes é muito maior do que as perdas americanas nas guerras do Iraque e Afeganistão juntas, e é cerca de três vezes o número de mortes americanas na Guerra do Vietnã. Muitos dos mortos eram inocentes civis e militares, policiais e funcionários do governo local envolvidos no esforço antidrogas.”

Disponível em: https://www.politize.com.br/guerra-as-drogas/

Com base nas informações dos textos e em seus próprios conhecimentos, escreva um texto dissertativo-argumentativo, de acordo com a norma-padrão da língua portuguesa, sobre o tema:

Combate Às Drogas