Neste momento de crise, qual é o melhor caminho: ser inconsciente e feliz ou consciente e insatisfeito?
Proposta de Redação UEG: 2016
Neste momento de crise no País, é cada vez mais frequente a impressão de que as pessoas estão insatisfeitas com a realidade. Entretanto, parece que para muitos a vida segue alegre e sem problemas. A esse respeito, leia a coletânea a seguir.
Texto 1
Precisamos de claridade nas ideias, coragem nos desafios, informação e vontade, e do alimento dos afetos bons. Num livro interessante alguém verbaliza velhas coisas que a gente só adivinhava; um filme pode nos lembrar da generosidade humana; uma conversa pode nos tirar as escamas dos olhos. Estar informado e atento é o melhor jeito de ajudar a construir a sociedade que queremos, ainda que sem ações espetaculares. Mas, se somos desinformados, somos vulneráveis; se continuarmos alienados, bancaremos os tolos; sendo fúteis cavamos a própria cova; alegremente ignorantes podemos estar assinando a nossa sentença de atraso, vestindo a mordaça, assumindo a camisa de força que, informados, não aceitaríamos.
LUFT, Lia. Alegres e ignorantes. Veja. 03 mar. 2010.
Texto 2
Texto 3
Tenho um colega de trabalho que só vive feliz. E não importa se está fazendo frio, calor, se o Vasco ganhou ou se o Flamengo perdeu. Nada disso importa. Ele está sempre feliz. Sempre. Mas mal sabe ler o pobre. Sério que digo pobre não com aquele ar de superioridade e sarcasmo que normalmente vem acompanhando essa expressão. Digo com um ar de compaixão, mas também de inveja. Esse meu amigo, por exemplo, tudo bem que está excluído de tantas coisas legais, tantos mistérios que só são revelados quando lemos, quando nos debruçamos em certas teorias e nos esforçamos para entendê-las e contextualizá-las. Está excluído de um mundo que eu nem me imagino sem. Aliás, que nós, que gostamos de Neruda, entendemos os questionamentos de Freud e somos surpreendidos com as obras de Picasso não nos imaginamos sem. Ele não se importa se o dólar caiu ou subiu, ou se a qualquer momento o mundo pode mergulhar em um colapso econômico. Mas mesmo assim é feliz. Olho para ele e tento, pergunto quais são suas expectativas, seus sonhos. E simplesmente constato: não há expectativas. Não há idealizações, não há um futuro que o “surpreenderá” pela beleza e pelo recolhimento das sementes plantadas no hoje. E assim ele vive, um dia depois do outro.
ARAÚJO, Magno Paulo. Disponível em: <http://www.viverembrasilia.com.br/o-ignorantes-sao-mais-felizes-por-magno-paulo/>. Acesso em: 2 set. 2015.
Texto 4
A ignorância é Felicidade! Frase aparentemente inocente e despretensiosa, mas que está cheia de significados e implicações filosóficas. Ela aparece no filme Matrix, numa importante discussão acerca da verdade. Parece supor alguém que conhece os dois lados da moeda: a ignorância e o conhecimento. Alguém que trilhou caminhos bem definidos para alcançar o alvo-conhecimento e, agora, olhando para trás, chega à conclusão que era mais feliz no tempo da ignorância. “Melhor tivesse ficado sem conhecer a verdade, na ignorância”, chega-se a afirmar. De fato, conhecer, muitas vezes, é atormentador.
A IGNORÂNCIA é felicidade. Disponível em: <http://filosofiacalvinista.blogspot.com.br/2012/05/ignorancia-e-felicidade.html>. Acesso em: 2 set. 2015.
Texto 5
O mundo foi feito para pessoas ignorantes. Se você um dia tentar quebrar esse ciclo com arrogância e soberba apenas irá se igualar a quem tanto te ignora; se você quiser quebrar esse ciclo com educação e cultura estará agindo como um extraterrestre perdido em sua órbita; se tentar com amor e compaixão será decepcionado muito facilmente; se for com confiança, será traído o mais breve possível; porque como eu disse, o mundo foi feito para pessoas ignorantes, e fugir dele, é a mesma coisa que fazer parte do próprio. [...] Não dê valor ao seu dinheiro, ele é o único meio pelo qual você dá importância no final do mês. Políticos continuarão a roubar, os preços continuarão a subir, e pessoas continuarão a se matar. Entenda que essa é a nossa reação em cadeia e não há amizade que dure. Você sentirá saudade de quando era jovem, sentirá falta de sua força física, dos amigos da faculdade, dos amigos de trabalho, dos seus filhos quando eram pequenos, sentirá falta do seu pai, e vai compreender que a dor voltará sempre, dia após dia. Porque nós somos todos ignorantes, e ignorantes não sabem tomar atitudes na hora certa, no momento certo e na ocasião certa. Nós todos erramos. Mas não se ofenda com o termo ignorância, pois muitos dos ignorantes nem sabem que são.
IGLESIAS, Luan. Disponível em: <http://culturalizese.tumblr.com/page/6>. Acesso em: 09 set. 2015.
Texto 6
Todo campo de visão pessoal é sempre limitado. A consciência iletrada não é menos rica em conteúdo do que a presunçosa que julga ver mais longe. Não é pelo diâmetro do horizonte intelectual que se deve achar o grau de representatividade da consciência da realidade nacional. A definição desse grau terá que ser baseada na maneira como a consciência representa os fatores que a condicionam, ou seja, na menor ou maior clareza com que inclui na conceituação de um fato objetivo, a percepção simultânea das condições e influências que a determinam nesse ato a proceder como procede. As ideias da comunidade, as categorias da consciência crítica da realidade são determinadas por essa mesma realidade. São induzidas empiricamente da objetividade do real e procedem do processo econômico-social. A consciência da realidade consiste na representação possuída pelo indivíduo em comunidade.
AGUIAR, Geraldo Medeiros de. Apontamentos sobre “Consciência e Realidade Nacional” de Álvaro Vieira Pinto. Disponível em: <http://pt.slideshare.net/gmaguiar/apontamentos-sobre-conscincia-e-realidade-nacional>. Acesso em: 16 set. 2015
Com base na leitura da coletânea, escolha UMA das três propostas de construção textual (dissertação, narração ou carta argumentativa) apresentadas a seguir e discuta a questão-tema abaixo:
Neste momento de crise, qual é o melhor caminho: ser inconsciente e feliz ou consciente e insatisfeito?
DISSERTAÇÃO
O artigo de opinião é um gênero textual no qual são apresentados argumentos para convencer os leitores a respeito da validade de um ponto de vista sobre determinado assunto.
De posse dessa orientação, amparando-se na leitura dos textos da coletânea e ainda em sua visão de mundo, imagine-se na função de articulista, de uma revista ou de um jornal de circulação nacional, e escreva um artigo de opinião posicionando-se acerca da questão-tema desta prova.
NARRAÇÃO
O gênero crônica, em sentido atual, é uma narrativa que se caracteriza por basear-se em considerações do cronista acerca de fatos correntes e marcantes do cotidiano. Em torno desses fatos, o autor manifesta uma visão subjetiva, pessoal e crítica.
Tendo em vista essa definição de crônica, crie uma narrativa a partir da seguinte situação: você está sempre de bom astral na repartição onde trabalha, não dá muita atenção ao mau humor dos colegas que se queixam da crise econômica. Certo dia, chegando ao trabalho, se depara com uma lista de demissões publicada no mural... Conte, em um texto em prosa, qual foi a sua reação e medida tomada diante do fato observado. Não deixe de transmitir suas possíveis reflexões e impressões sobre a situação criada, obviamente, relacionando-a com o tema desta prova. Sua narração, portanto, deverá ser em primeira pessoa.
CARTA ARGUMENTATIVA
A carta de leitor é um gênero textual, comumente argumentativo, que circula em jornais e revistas. Seu objetivo é emitir um parecer de leitor sobre matérias e opiniões diversas publicadas nesses meios de comunicação.
Considerando a definição desse gênero textual, a leitura da coletânea e, ainda, suas experiências pessoais, escreva uma carta de leitor a um jornal ou revista de circulação nacional, emitindo seu ponto de vista − contrário, favorável ou outro que transcenda esses posicionamentos − a respeito da situação exposta no Texto 1 da coletânea.
OBSERVAÇÃO: Ao concluir sua carta, NÃO a assine; subscreva-a com a expressão UM (A) LEITOR(A).
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