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Qual é o melhor modo de lidar com o lixo: reduzir a produção e o consumo de bens ou desenvolver técnicas eficientes de reciclagem?

Proposta de Redação UEG: 2018

A sofisticação dos meios de produção cada vez mais velozes e variados criou uma lógica de consumo intenso e com alto grau de descartabilidade. O resultado disso é o acúmulo de uma grande quantidade de lixo. A esse respeito, leia a coletânea a seguir.

Texto 1

Somos uma civilização dedicada a gerar lixo. Não há mais espaço para depositar resíduos, e a questão de onde colocá-los virou um enorme problema logístico. Segundo o relatório da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe), a média de lixo domiciliar de cada brasileiro, de cerca de um quilo, é semelhante a de um europeu. Porém, nossas classes influentes geram muito lixo, enquanto as classes humildes geram pouquíssimo. É assim que se chega a uma média europeia. Algo está profundamente errado nisso, relacionado ao processo socioeconômico de geração de lixo e agravado pela falta de política pública no setor. Há bastante tempo o geógrafo Milton Santos disse que o crescimento urbano no Brasil estava muito ligado à sedução do consumo. Segundo ele, a percepção do consumo atrai as pessoas, induzindo-as, por exemplo, a trocar uma casa bem montada por um automóvel, uma despensa forrada de alimentos por um aparelho eletrônico. Daí que, segundo o Relatório da Abrelpe, em um ano a população cresceu 1%, mas a produção de lixo cresceu 6%. De modo geral, a geração de lixo também está crescendo por causa das altas expectativas de consumo.

ARAIA, Eduardo. Não há planeta para tanto lixo. Disponível em: <http: //www.revistaplaneta.com.br/nao-ha-planeta-para-tanto-lixo />. Acesso em: 28 ago. 2017. (Adaptado).

Texto 2

Vivemos na civilização do desperdício e também de interesses econômicos, uma vez que grande parte da indústria se voltou para a produção de coisas descartáveis. Veja o caso dos celulares, por exemplo, e se pergunte: por que são lançados a todo momento novos modelos, cada vez mais sofisticados? Trata-se de uma estratégia das indústrias para incentivar o consumidor a trocar de aparelho com frequência e, assim, consumir mais. Na verdade, o marketing moderno já desenvolveu até um conceito: o de obsolescência programada, que significa justamente criar coisas que rapidamente se tornem ultrapassadas e precisem ser substituídas por modelos mais recentes. Reduzir e reutilizar, então, contrariam o próprio modo de organização econômica da sociedade em que vivemos.

RECICLAGEM: soluções para o problema do lixo. Disponível em: <https: //educacao.uol.com.br/disciplinas/geografia/reciclagemsolucoes-para-o-problema-do-lixo.htm>. Acesso em: 28 ago. 2017. (Adaptado).

Texto 3

De cada tonelada de minério é possível tirar 8 gramas de ouro. Da mesma quantidade de sucata eletrônica, se extraem 100 gramas do metal. E a preciosidade encontrada no lixo eletrônico — que tem boa parte enviada para a China e países da África, onde contaminam o solo e as águas com metais pesados — não se resume a essa joia. Celulares, baterias e laptops também contêm outros minerais valiosos — como prata e cobre. Eles vêm sendo garimpados e reutilizados em uma técnica conhecida como mineração urbana. Um dos líderes desse filão é a mineradora sueca Boliden. Cerca de dois terços de toda sua extração de ouro vem da reciclagem. Recentemente, a empresa expandiu a capacidade de sua usina de separação de metais para 120 mil toneladas por ano. SANTOS, Priscilla. 9 soluções para o lixo. Disponível em: <http: //revistagalileu.globo.com/Revista/Common/0,,EMI325029-17579,00SOLUCOES+PARA+O+LIXO.html>. Acesso em: 28 ago. 2017.

Texto 4

Disponível em: <http: //agroeliteif.blogspot.com.br />. Acesso em: 28 ago. 2017.

Texto 5

Recentemente, entrou em vigor o Plano Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) como uma forma de incentivar a reciclagem de todo tipo de lixo: o de casa, das ruas, da indústria e do comércio. Mas oito em cada dez municípios brasileiros ainda não têm programa de coleta seletiva e os que têm poderiam reciclar muito mais do que fazem hoje. Os brasileiros jogam fora 76 milhões de toneladas de lixo – 30% poderiam ser reaproveitados, mas só 3% vão para a reciclagem. Em dez anos, o número de municípios que implantaram programas de reciclagem aumentou de 81 para mais de 900. Mas isso não representa nem 20% das cidades. Curitiba é a capital com melhor programa de reciclagem. Das mais de 1,5 mil toneladas diárias, cento e dez têm potencial para reciclagem e quase 70% são reaproveitadas. Mas a reciclagem no Brasil ainda está engatinhando.

PAIVA, Roberto. Apenas 3% de todo o lixo produzido no Brasil é reciclado. Disponível em: <http: //g1.globo.com/jornalhoje/noticia/2015/04/apenas-3-de-todo-o-lixo-produzido-no-brasil-e-reciclado.html>. Acesso em: 28 ago. 2017. (Adaptado).

Texto 6

Na natureza tudo parece seguir de acordo com uma ordem reguladora, com uma certa organização eficaz que acaba por propiciar sempre mais e mais a criação e perpetuação da vida. Como seres racionais, criamos uma espécie de segunda natureza, uma ordem reguladora própria que, para os seres humanos, orienta todos os aspectos mais importantes de sua vida. Essa segunda natureza recebe o nome de “cultura”. A cultura oferece aos homens o conjunto de significados, de hábitos, condutas e valores dos quais nos valemos para uma vida em comum. Por um lado, somos influenciados pelos valores da cultura, por outro, somos nós mesmos que criamos tais valores. Viver em conjunto, partilhando de tais valores, sob a mesma influência cultural, implica dividir tarefas, criar expectativas comuns, dividir sonhos e desejos. É exatamente isso que caracteriza uma sociedade humana. Somos seres naturais e culturais, somos racionais e emocionais. Por isso, o homem é tão complexo; por isso a natureza humana é a mais difícil de se compreender. Essa complexidade nos revela as marcas de nossa tarefa fundamental na natureza, que é a de assumirmos nossa posição racional como um elemento diferenciador e protagonista da realidade em que vivemos.

ROBLE, Odilon. Conhecimento do homem, da natureza e da sociedade. Disponível em: <https: //books. google.com.br/books>. Acesso em: 15 fev. 2017. (Adaptado).

Com base na leitura da coletânea, escolha UMA das três propostas de construção textual (dissertação, narração ou carta argumentativa) apresentadas a seguir e discuta a questão-tema abaixo:

Qual é o melhor modo de lidar com o lixo: reduzir a produção e o consumo de bens ou desenvolver técnicas eficientes de reciclagem?

DISSERTAÇÃO

O artigo de opinião é um gênero textual no qual são apresentados argumentos para convencer os leitores a respeito da validade de um ponto de vista sobre determinado assunto.

De posse dessa orientação, amparando-se na leitura dos textos da coletânea e ainda em sua visão de mundo, imagine-se na função de articulista, de uma revista ou de um jornal de circulação nacional, e escreva um artigo de opinião posicionando-se acerca da questão-tema desta prova.

NARRAÇÃO

O gênero crônica, em sentido atual, é uma narrativa que se caracteriza por basear-se em considerações do cronista acerca de fatos correntes e marcantes do cotidiano. Em torno desses fatos, o autor manifesta uma visão subjetiva, pessoal e crítica.

Tendo em vista essa definição de crônica, crie uma narrativa a partir da seguinte situação: seu bairro está tomado por lixo de grande porte e de toda natureza, que a cada dia aumenta nas ruas e esquinas. Como presidente da associação de moradores você convoca as famílias para decidir o que fazer com a produção e o excesso de lixo. Conte, em um texto em prosa, qual foi a saída encontrada pelos moradores e a medida tomada diante da situação. Não deixe de transmitir suas possíveis reflexões e impressões sobre a situação criada, obviamente, relacionando-a com o tema desta prova. Sua narração, portanto, deverá ser em primeira pessoa.

CARTA ARGUMENTATIVA

A carta de leitor é um gênero textual, comumente argumentativo, que circula em jornais e revistas. Seu objetivo é emitir um parecer de leitor sobre matérias e opiniões diversas publicadas nesses meios de comunicação.

Considerando a definição desse gênero textual, a leitura da coletânea e, ainda, suas experiências pessoais, escreva uma carta de leitor a um jornal ou revista de circulação nacional, emitindo seu ponto de vista − contrário, favorável ou outro que transcenda esses posicionamentos − a respeito da discussão exposta no Texto 5 da coletânea.

OBSERVAÇÃO: Ao concluir sua carta, NÃO a assine; subscreva-a com a expressão UM (A) LEITOR (A).


Redação: UEG