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Violência nos dias atuais: fruto da desigualdade social, da falta de educação ou da própria natureza humana?

Proposta de Redação UEG: 2019

Os índices atuais de violência são preocupantes. A violência está disseminada no meio social sob formas variadas. Seja no trânsito, na escola ou no espaço familiar, seja nas grandes cidades ou no interior. Mesmo quando tipificada como homicídio, latrocínio, tráfico, a violência resiste às medidas de repressão. Alguns autores a consideram fruto da desigualdade socioeconômica, outros a implicam como resultado puro da falta de educação e ainda há aqueles que a identificam como um traço perene da natureza humana. A esse respeito, leia a coletânea a seguir.

Texto 1

O relatório da Organização Mundial de Saúde (OMS), publicado em 2002, considera a violência como um problema mundial de saúde pública. Os dados apontados no estudo são estarrecedores, pois indicam que anualmente um milhão de pessoas no mundo perdem suas vidas e outras sofrem lesões não fatais, vítimas de diferentes modalidades de violência. Sendo assim, o custo da violência se traduz por bilionários gastos anuais com saúde, que afetam diretamente as economias nacionais. Além disso, o custo humano da dor e do sofrimento é incalculável. Nesse sentido, a OMS define a violência da seguinte forma: “Uso intencional da força física ou do poder, real ou em ameaça, contra si próprio, contra outra pessoa, ou contra um grupo ou uma comunidade, que resulte ou tenha grande possibilidade de resultar em lesão, morte, dano psicológico, deficiência de desenvolvimento ou privação”.

A VIOLÊNCIA: uma face da realidade social. Disponível em: <https: //www.maxwell.vrac.puc-rio.br/8735/8735_3.PDF>. Acesso em: 09 nov. 2018.

Texto 2

No estado de natureza, segundo Hobbes, os homens podem todas as coisas e, para tanto, utilizam-se de todos os meios para atingi-las. Conforme esse autor, os homens são maus por natureza (o homem é o lobo do próprio homem), pois possuem um poder de violência ilimitado. Um homem só se impõe a outro homem pela força; a posse de algum objeto não pode ser dividida ou compartilhada. Num primeiro momento, quando se dá a disputa, a competição e a obtenção de algum bem, a força é usada para conquistar. Não sendo suficiente, já que nada lhe garante assegurar o bom usufruto do bem, o conquistador utiliza-se da força para manter esse bem (recorre à violência em prol da segurança desse bem). Em decorrência desse bom uso das faculdades naturais (para a conquista de algum bem é feito o bom uso da razão, da paixão, da experiência e da força física), forma-se uma reputação que nada mais é do que ver expresso pelos outros aquele reconhecimento valorativo que se autoconfere (vanglória). Esse reconhecimento é também causa da discórdia, porque nenhum homem se vê inferior aos outros e, por isso, impõe-se violentamente sobre os outros como superior. Assim, e por causa da pouca diferença física ou intelectual entre os homens no estado natural, Hobbes percebe que, nessa condição, tudo é possível, já que não há regras que impeçam os homens de tomar o que é de outrem, nem que os impeçam de infligir sofrimento ao outro. Todo homem é potencialmente uma ameaça a outro homem e esta é aceita passiva ou ativamente.

CABRAL, João Francisco P. Para Hobbes os homens são maus por natureza. Disponível em: <https: //brasilescola.uol.com.br/filosofia/hobbes-estadonatureza.htm>. Acesso em: 09 nov. 2018. (Adaptado).

Texto 3

Uma pesquisa de doutorado feita na Universidade de São Paulo mostra que a cada investimento de 1% na educação, 0,1% do índice de criminalidade é reduzido. O estudo que comprova a potencialidade da escola como um fator para influenciar o comportamento dos alunos e reduzir a violência foi feito pela economista Kalinca Léia Becker em sua tese de doutorado no departamento de Economia da Escola Superior de Agricultura, em Piracicaba. “O objetivo geral do trabalho foi analisar a relação entre a educação e a violência, observando se a educação e a escola podem contribuir para reduzir a violência e o crime”, comenta a pesquisadora. A análise foi realizada por meio da construção de dois ensaios. No primeiro, foram coletadas evidências de que a atuação pública na área da educação poderia contribuir para reduzir o crime no médio e longo prazo. Nesta etapa, foi mensurado o impacto do gasto público em educação na redução da taxa de homicídios, utilizando dados dos Estados brasileiros, entre os anos de 2001 e 2009. No segundo ensaio, que foi financiado pelo programa “Observatório da Educação”, foram analisados alguns fatores do ambiente escolar e do seu entorno que poderiam contribuir para a manifestação do comportamento violento dos alunos, a partir de dados disponibilizados nas Provas Brasil de 2007 e 2009. “O primeiro ensaio fornece uma análise ampla e agregada do impacto dos gastos com a educação na redução da taxa de homicídios, enquanto o segundo volta-se para dentro da escola, analisando como os vários fatores do ambiente escolar podem prevenir a manifestação do comportamento violento”, conta. As análises constatam que a escola e a educação são fundamentais para a redução da criminalidade.

ALVAREZ, Ricardo. Pesquisa mostra que investimento em educação reduz criminalidade. Disponível em: <http: //www.verlaine.pro.br/txt/platao-teeteto.pdf>. Acesso em: 09 nov. 2018.

Texto 4

Disponível em: <https: //essaseoutras.com.br/melhores-charges-sobre-violencia-e-criminalidade-critica-engracada />. Acesso em: 09 nov.2018.

Texto 5

Historicamente, os indicadores de violência acompanham o desempenho da economia. Embora seja impossível quantificar essa constatação com números de ciência exata — tal a quantidade de variáveis em jogo —, podemos afirmar que nas crises econômicas, como a atual, a violência se expande. E, pior, quando a violência se expande, empurra para baixo a economia, produzindo um ciclo desastroso para toda a sociedade. É possível observar esse cenário no Rio de Janeiro nas últimas quatro décadas. O primeiro grande boom de violência no estado foi vivido nas décadas 1980 e 1990, período em que se registrou um forte esvaziamento no setor industrial. Grandes empresas fecharam e deixaram para trás edificações e terrenos, que, em seguida, serviram para expansão de favelas. A ocupação desordenada do solo, por sua vez, agravou a violência. Em 1994, a taxa de homicídio chegou a 64,8 por cem mil habitantes, um recorde da série histórica. Na primeira década do novo século, os indicadores tanto da economia quanto da violência começaram a se reverter. Beneficiado pelo preço das commodities no mercado internacional, o país se expandiu, houve grandes investimentos em infraestrutura e uma vigorosa política de inclusão social. Nesse período de crescimento, conseguimos reduzir a taxa de homicídios para 28,7.

FERREIRA, Wolney Dias. Violência e economia. Disponível em:<https: //oglobo.globo.com/opiniao/violencia-economia-21487561>. Acesso em: 09 nov. 2018.

Texto 6

Um idoso, ainda não identificado, atropelou um homem de 38 anos, após um desentendimento no trânsito. O caso aconteceu na manhã da última terça- feira no centro de Goiânia. O idoso dirigia uma caminhonete e, após ser fechado por outro carro, jogou o veículo contra o outro motorista, pressionando-o contra o portão de um estacionamento. A vítima foi socorrida pelo Corpo de Bombeiros e encaminhada para o Hospital de Urgências de Goiânia. O sogro do homem atropelado disse que testemunhas confirmaram à polícia que se outras pessoas não interviessem, o motorista iria atropelar a vítima novamente. O ocorrido foi registrado como tentativa de homicídio.

PIRAN, Adécio. Após briga no trânsito, idoso atropela homem. Disponível em: <http: //www.folhadoprogresso.com.br/imagens-fortes-apos-briga-no-transitoidoso-atropela-homem-veja-o-video />. Acesso em: 09 nov. 2018.

Com base na leitura da coletânea, escolha UMA das três propostas de construção textual apresentadas a seguir e discuta a questão-tema abaixo:

Violência nos dias atuais: fruto da desigualdade social, da falta de educação ou da própria natureza humana?

PROPOSTA 1

O artigo de opinião é um gênero textual no qual são apresentados argumentos para convencer os leitores a respeito da validade de um ponto de vista sobre determinado assunto.

De posse dessa orientação, amparando-se na leitura dos textos da coletânea e ainda em sua visão de mundo, imagine-se na função de articulista, de uma revista ou de um jornal de circulação nacional, e escreva um artigo de opinião posicionando-se acerca da questão-tema desta prova.

PROPOSTA 2

O gênero crônica, em sentido atual, é uma narrativa que se caracteriza por basear-se em considerações do cronista acerca de fatos correntes e marcantes do cotidiano. Em torno desses fatos, o autor manifesta uma visão subjetiva, pessoal e crítica.

Tendo em vista essa definição de crônica, crie uma narrativa a partir da seguinte situação: você é sócio de uma empresa e resolveu contratar um ex-presidiário com baixa escolaridade para trabalhar no escritório. Acontece que o outro proprietário do negócio não quer aceitar a contratação argumentando que não existe exbandido, e que é da natureza do indivíduo ser violento e desonesto. Conte qual foi a sua reação diante da resistência de seu sócio e quais saídas você apontou para convencê-lo da contratação. Não deixe de transmitir suas possíveis reflexões e impressões sobre a situação criada, obviamente, relacionando-a com o tema desta prova. Seu texto, portanto, deverá ser em primeira pessoa.

PROPOSTA 3

A carta de leitor é um gênero textual, comumente argumentativo, que circula em jornais e revistas. Seu objetivo é emitir um parecer de leitor sobre matérias e opiniões diversas publicadas nesses meios de comunicação.

Considerando a definição desse gênero textual, a leitura da coletânea e, ainda, suas experiências pessoais, escreva uma carta de leitor a um jornal ou revista de circulação nacional, emitindo seu ponto de vista − contrário, favorável ou outro que transcenda esses posicionamentos − a respeito da discussão exposta no Texto 3 da coletânea.

OBSERVAÇÃO: Ao concluir sua carta, NÃO a assine; subscreva-a com a expressão UM (A) LEITOR (A).


Redação: UEG