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As pessoas precisam de autoridade para viver sem problemas ou os problemas são oriundos do exercício da autoridade?

Proposta de Redação UEG: 2019

Diversos autores afirmam que a falta de um modelo de autoridade coerente deixa marcas na vida de qualquer ser humano. Na verdade, quando se referem a esse assunto tendem a defender a necessidade de limites como algo fundamental para a formação e sustentação de laços sociais. A esse respeito, leia a coletânea a seguir.

Texto 1

Hanna Arendt propõe que antes de se colocar a questão do que é a autoridade, devemos perguntar o que foi a autoridade. E ela assim propõe pensar que a autoridade desapareceu do mundo moderno. Estamos convivendo com uma crise da autoridade, cujo sintoma mais significativo e aquele que mais indica sua profundidade e seriedade é que a crise alcançou esferas pré-políticas como a educação e a instrução de crianças. Como a autoridade requer uma obediência, nós a tomamos frequentemente por uma forma de poder e de violência. Entretanto, a autoridade exclui o uso de meios exteriores de coerção; lá onde a força é empregada a autoridade fracassou, diz Arendt. E, por outro lado, a autoridade é incompatível com a persuasão que pressupõe a igualdade e opera por um processo de argumentação. É preciso ressaltar isso, ou seja, que a autoridade é incompatível com a argumentação e com a persuasão. Constatamos, como Arendt disse, que a autoridade já não mais existe quando vemos que pais e professores, para exercerem sua “autoridade”, precisam argumentar, negociar e persuadir as crianças e os jovens.

VIOLÊNCIA nas escolas: a crise da autoridade. EDUFOCO, Maceió, maio 2011. Disponível em:<http://www.ufjf.br/revistaedufoco/files/2011/05/Artigo-05.pdf>. Acesso em: 14 mar. 2019. (Adaptado).

Texto 2

Se existe alguma pessoa ou instituição imbuída de um poder maior que o de outras, logo existirão uns subordinados a outros e, portanto, não haverá igualdade entre as pessoas, nem liberdade para os subordinados. Normalmente as chamadas autoridades têm mais vantagens e poder que o restante da coletividade. Assim, os libertários não são contra as pessoas que exercem a autoridade, mas contra a existência da própria autoridade, contra o cargo que normalmente é exercido no Estado, no poder público, e é ocupado pelos chamados governantes e seus agentes, secretários, juízes, policiais e outros. Fora do Estado também existem outras autoridades. Por exemplo, nas fábricas, ou nas empresas, os patrões ou seus representantes denominados chefes impõem suas regras e vontades sobre os trabalhadores. No comércio, são os donos das lojas que determinam o que os vendedores farão. Nos campos, os fazendeiros impõem suas normas sobre vários agricultores. Essas diferenças, entre patrões e empregados, chefes e comandados, governantes e governados só favorecem aos primeiros.

MORAES, W. Significado do anarquismo. OTAL, Rio de Janeiro, IFCS – 4FRJ, 01 out. 2014. Disponível em: <http://www.otal.ifcs.ufrj.br/significado-deanarquismo/>. Acesso em: 28 mar. 2019. (Adaptado).

Texto 3

Na vida cotidiana, segundo a ótica de Sennett, “a autoridade não é uma coisa”, antes se relaciona com o processo interpretativo do ser humano que procura para si mesmo a solidez de uma coisa: o conhecimento, a curiosidade, que são convertidos em escolas, centro de saberes. Esta é uma busca incessante do ser humano, a procura pela autoridade que sirva de ancoragem, de consolo. O esforço da busca da autoridade e por sua permanência como elemento que ofereça segurança e estabilidade é de tal forma, que este processo passa a eternizar a autoridade ao criar coisas: igrejas de pedras, monumentos do saber, a escola, a universidade.

OVERNÉ, C. A; SANGENIS, L. F. C. Concepções e práticas de autoria e poder na relação professor-aluno. IN: X Congresso Nacional de Educação – Educare, PUC-PR, Curitiba-PR, nov. 2011. Disponível em: <http://educere.bruc.com.br/arquivo/pdf2011/6539_4007.pdf>. Acesso em: 14 mar. 2019. (Adaptado).

Texto 4

Texto 5

Poder não é mesma coisa que autoridade. Todos conhecemos líderes que têm poder, ocupam a caixinha superior do organograma, mas não possuem autoridade. Ou seja, carecem de expressão ou sumidade para lá estar. Líder com autoridade é raro; líder com poder é o que mais existe. Infelizmente. E, até por falta de autoridade, usa e abusa do poder para se justificar. Não precisaria forçar a barra, se tivesse autoridade. Esta seria suficiente para a sua legitimidade. Se o maior risco do líder sem autoridade está no poder de mando, podemos acrescentar que o maior risco do poder de mando está na vaidade. E vaidade implica a existência de outros traços nada simpáticos: pretensão, convencimento, fanfarronice, arrogância, presunção, ostentação, soberba, vanglória. Todos os que já trabalharam sob a batuta de um líder poderoso, mas sem autoridade, sabem o quanto é penoso lidar com egos inflados. Pensando bem, a diferença entre o líder com poder e o líder com autoridade talvez sequer seja sutil, como possa parecer às vezes. Líderes com poder são conhecidos, pois gostam de aparecer. Líderes com autoridade, muitas vezes, são desconhecidos. Trabalham e contribuem em silêncio, sem alarido nem ostentação. Atuam por meio de suas equipes. Mantêm-se, humildemente, no anonimato. Ao final, não se sabe ao certo de quem é a obra, que, embora tenha uma assinatura coletiva, na retaguarda conta com alguém que, com autoridade, faz toda diferença.

TANJAM, R. Poder e Autoridade – uma diferença relevante. Disponível em: <https://robertotranjan.com.br/poder-e-autoridade-uma-diferenca-relevante/>. Acesso em: 28 mar. 2019. (Adaptado).

Texto 6

“Eu disse para ela andar de mãos dadas comigo, e não atravessar sozinha”. Esse foi o lamento de Margarete Souza Assis, avó de Maria Eduarda de Souza Oliveira, de sete anos. A avó acompanhava a neta na tarde dessa terça-feira (27), no bairro Veneza, em Ipatinga, na região leste de Minas Gerais, e assistiu à garota ser atropelada por uma moto. Segundo informações da avó e do motociclista que atropelou a criança, Maria Eduarda teria atravessado a avenida repentinamente na frente da moto, e o condutor não teve como evitar o acidente. “Ela pulou na frente da moto de repente e não teve como evitar. Eu avisei para Eduarda para atravessarmos em um local seguro, mas ela desobedeceu”, conta a avó.

BELO, P. Criança morre atropelada ao desobedecer ordens da avó. Disponível em: <g1. globo.com/mg/vales-mg/noticia/20/12/11/criança-morre-atropelada-ao-desobedecerordens-da-avo.html>. Acesso em: 28 mar. 2019.

Com base na leitura da coletânea, escolha UMA das três propostas de construção textual apresentadas a seguir e discuta a questão-tema a seguir:

As pessoas precisam de autoridade para viver sem problemas ou os problemas são oriundos do exercício da autoridade?

PROPOSTA 1

O artigo de opinião é um gênero textual no qual são apresentados argumentos para convencer os leitores a respeito da validade de um ponto de vista sobre determinado assunto. De posse dessa orientação, amparando-se na leitura dos textos da coletânea e ainda em sua visão de mundo, imagine-se na função de articulista, de uma revista ou de um jornal de circulação nacional, e escreva um artigo de opinião posicionando-se acerca da questão-tema desta prova.

PROPOSTA 2

O gênero crônica, em sentido atual, é uma narrativa que se caracteriza por basear-se em considerações do cronista acerca de fatos correntes e marcantes do cotidiano. Em torno desses fatos, o autor manifesta uma visão subjetiva, pessoal e crítica.

Tendo em vista essa definição de crônica, crie uma narrativa a partir da seguinte situação: você é pai ou mãe de um adolescente que não está tendo bom desempenho na escola. Acontece que esse jovem passa muito tempo nas redes sociais e em jogos online. Preocupado/a, você determinou que seu filho/a não mais utilizasse redes sociais e participasse de jogos. Contudo, ele/a se mostra resistente em abandonar tais atividades, ignorando a sua determinação. Conte qual foi a sua reação diante da resistência de seu filho/a e qual atitude você tomou no intuito de resolver a situação. Não deixe de transmitir suas possíveis reflexões e impressões sobre a situação criada, obviamente, relacionando-a com o tema desta prova. Seu texto, portanto, deverá ser em primeira pessoa.

PROPOSTA 3

A carta de leitor é um gênero textual, comumente argumentativo, que circula em jornais e revistas. Seu objetivo é emitir um parecer de leitor sobre matérias e opiniões diversas publicadas nesses meios de comunicação.

Considerando a definição desse gênero textual, a leitura da coletânea e, ainda, suas experiências pessoais, escreva uma carta de leitor a um jornal ou revista de circulação nacional, emitindo seu ponto de vista − contrário, favorável ou outro que transcenda esses posicionamentos − a respeito da discussão exposta no Texto 4 da coletânea, levando em conta a questão-tema da prova.

OBSERVAÇÃO: Ao concluir sua carta, NÃO a assine; subscreva-a com a expressão UM (A) LEITOR (A).


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